Descrição
EVENTO
Oficina clínico-literária sobre os Dizeres do Real (Estranhamento) na arte e na vida.
DATA
26 de janeiro de 2019.
HORÁRIO
Das 9h às 13h.
LOCAL
UsinaDizer
Av. Rio Branco, 533. Sala 301.
Florianópolis/SC.
INVESTIMENTO
R$200.
OBJETIVO
Utilizar a literatura como uma alternativa criativa entre as metodologias normativas demais, que restringem a liberdade, e as que são abertas demais e expõem a vida pessoal dos pacientes.
PÚBLICO
Terapeutas, Clínicos e Analistas.
COORDENAÇÃO
Dra. Maria Leite Holthausen
Doutora em Literatura pela UFSC
Psicanalista
Grupo de Estudos em Arte Filosofia e Psicanálise
http://psicanaliselacaniana.blogspot.com/
FORMATO
Encontro de 4 horas, em um sábado pela manhã.
DINÂMICA
Trata-se de uma oficina de produção textual. A partir de um autor clássico, discutiremos a forma como seus significantes introduzem uma questão do real e seus efeitos, o que inclui o estranhamento, a cisão e o descentramento face aquilo que, na arte e na vida, nos exige a passividade. Esta problemática guiará nossa escrita, que será anonimamente compartilhada, de sorte que possamos, cada qual, ler o outro que se escreve em cada texto.
TEMÁTICA DO ENCONTRO
Autores Visitados:
-Roland Barthes;
-Clarice Lispector;
-Maurice Merleau-Ponty;
-Georges Didi-Huberman.
BARTHES E O PUNCTUM NA FOTOGRAFIA
“Como espectador, eu só me interessava pela Fotografia por ‘sentimento’; eu queria aprofundá-la, não como uma questão (um tema), mas como uma ferida: vejo, sinto, portanto, noto, olho e penso”
BARTHES, Roland. A câmara clara. 2006.
CLARICE LISPECTOR E O REAL DA ESCRITA
“Ouve-me, ouve o silêncio. O que eu te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão. Um instante me leva insensivelmente a outro e o tema atemático vai se desenrolando sem plano mas geométrico como as figuras sucessivas em um caleidoscópio”.
LISPECTOR, Clarice. Água Viva. 1980.
OUTREM NA PINTURA SEGUNDO MERLEAU-PONTY
“(…) há um narcisismo fundamental de toda visão, daí por que, também ele sofre, por parte das coisas, a visão por ele exercida sobre elas; daí, como disseram muitos pintores, o sentir-me olhado pelas coisas, daí minha atividade ser identicamente passividade – o que constitui o sentido segundo e mais profundo do narcisismo: não ver de fora, como os outros veem, o contorno de um corpo habitado, mas sobretudo ser visto por ele, existir nele, emigrar para ele, ser seduzido, captado, alienado pelo fantasma, de sorte que vidente e visível se mutuem reciprocamente, e não mais se saiba quem vê e quem é visto.”
MERLEAU-PONTY. Le visible et l’invisible. 1964.
DIDI-HUBERMAN E O INELUTÁVEL NA LITERATURA
“O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos olha. Inelutável porém é a cisão que separa dentro de nós o que vemos do que nos olha”.
HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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GUIMARÃES, LEDA, Gozos da Mulher, e-book
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LISPECTOR, Clarice. Água Viva. Nova Fronteira. 1980.
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