(O) Curso Livre (da) Formação: Discursos e Dizeres da Clínica Psicanalítica – Módulo 15

R$350,00

Angústia e Desejo: travessia da fantasia na clínica lacaniana

Lacan se inspira, inicialmente, no artigo freudiano Uma criança é espancada (1919) para desenvolver suas concepções sobre a fantasia. Ele demonstra, ao longo de sua obra, que a fantasia é determinada pelo registro simbólico, embora seja percebida subjetivamente como sendo de ordem imaginária. A partir de O seminário, livro 6 (1958-59/2016), Lacan começa a elaborar sua concepção de fantasia fundamental, a qual indica, na neurose e na perversão, o ponto mais sintético de gozo de um sujeito. Para o psicanalista francês, a função primordial da fantasia é constituir um véu ou tela, em todo caso, algo que protege e media o contato do sujeito com a falta no campo do Outro, falta essa posicionada no registro do real. A fantasia, por conseguinte, é uma proteção contra o real da sexualidade que deve ser reconstruída em análise para, em seguida, ser atravessada. Nesse raciocínio, a psicanálise permite uma travessia da fantasia em direção à verdade da inconsistência do Outro, travessia que é, igualmente, aquela que o sujeito faz da angústia para chegar ao desejo. Neste módulo, trabalharemos os avanços lacanianos em relação ao conceito de fantasia por meio da articulação com a clínica da angústia, com sua releitura do Édipo e da castração e com os dilemas da alienação e separação. Mais uma vez, o diálogo com campos das artes será, igualmente, convocado. Por fim, caberá o profícuo questionamento: seria a psicanálise uma experiência de despertar do âmbito do sentido, para além do sentido fixo dos sintomas e do “sonhar acordado” característico do fantasiar?

DATAS e HORÁRIOS
19/05/2023 (sexta) – 19h às 22h
20/05/2023 (sábado) – 9h às 13h

LOCAL FÍSICO
UsinaDizer
Av. Rio Branco, 533. Sala 301.
Florianópolis/SC.

LOCAL ONLINE
Sala criada no Zoom (programa para conferência).
Link para download gratuito do software: https://zoom.us/.

CUPOM ESTUDANTE
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Descrição

Módulo 15 – Angústia e Desejo: travessia da fantasia na clínica lacaniana

Lacan se inspira, inicialmente, no artigo freudiano Uma criança é espancada (1919) para desenvolver suas concepções sobre a fantasia. Ele demonstra, ao longo de sua obra, que a fantasia é determinada pelo registro simbólico, embora seja percebida subjetivamente como sendo de ordem imaginária. A partir de O seminário, livro 6 (1958-59/2016), Lacan começa a elaborar sua concepção de fantasia fundamental, a qual indica, na neurose e na perversão, o ponto mais sintético de gozo de um sujeito. Para o psicanalista francês, a função primordial da fantasia é constituir um véu ou tela, em todo caso, algo que protege e media o contato do sujeito com a falta no campo do Outro, falta essa posicionada no registro do real. A fantasia, por conseguinte, é uma proteção contra o real da sexualidade que deve ser reconstruída em análise para, em seguida, ser atravessada. Nesse raciocínio, a psicanálise permite uma travessia da fantasia em direção à verdade da inconsistência do Outro, travessia que é, igualmente, aquela que o sujeito faz da angústia para chegar ao desejo. Neste módulo, trabalharemos os avanços lacanianos em relação ao conceito de fantasia por meio da articulação com a clínica da angústia, com sua releitura do Édipo e da castração e com os dilemas da alienação e separação. Mais uma vez, o diálogo com campos das artes será, igualmente, convocado. Por fim, caberá o profícuo questionamento: seria a psicanálise uma experiência de despertar do âmbito do sentido, para além do sentido fixo dos sintomas e do “sonhar acordado” característico do fantasiar?

BIBLIOGRAFIA
FREUD, Sigmund, Delírios e Sonhos na “Gradiva” de Jensen, In: Obras Completas de Sigmund Freud. Vol. VII, Rio de Janeiro: Imago, 1980.
LACAN, Jacques. O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1963-64). Rio de Janeiro: Zahar, 1988.
_______________. O seminário, livro 10: a angústia (1962-63). Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
_______________. O seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação (1958-59). Rio de Janeiro: Zahar, 2016.

 

(O) Curso Livre (da) Formação: Discursos e Dizeres da Clínica Psicanalítica

DESCRIÇÃO
(O) Curso Livre (da) Formação aqui proposto consiste numa série de encontros mensais em formato híbrido (simultaneamente virtual e presencial), de 7 horas cada, distribuídas nas sextas à noite e sábados pela manhã, nos quais, a partir da experiência clínica de reconhecidos profissionais em psicanálise, serão discutidos os principais conceitos clínicos vigentes nas práticas de escuta analítica e de construção de casos clínicos. No total, serão 24 módulos, perfazendo um total de 168 horas.

APRESENTAÇÃO
Três são os elementos fundamentais que compõem a trajetória de formação em psicanálise: análise, teoria e supervisão. A primeira é a mais importante e única, estritamente singular, em que, a partir da escolha do analista e de sua desconstrução, alcançamos o “lugar do analista”. Não se trata de um lugar de saber, mas de uma habilidade para escutar, que sempre exige a desconstrução da própria escuta, do que nela pudesse haver de normativo. Em psicanálise, a teoria está a serviço da desconstrução da norma. O que sempre exigirá a supervisão, a crítica acerca dos limites éticos da prática, levando o analista a se perguntar “em favor de quem opera minha escuta: de uma escola ou de um dizer singular?”.

OBJETIVO
Ao final do curso, os participantes estarão aptos ao reconhecimento das principais configurações conceituais relativas às práticas de escuta analítica e de construção de casos clínicos de orientação psicanalítica.

DINÂMICA
A atividade consiste numa formação clínica, na qual profissionais convidados na condição de analistas docentes irão debater com os participantes os discursos e dizeres que compõem “(O) Curso Livre (da) Formação” clínica dos psicanalistas.
A sequência dos módulos foi minuciosamente definida pela coordenação para que os participantes tenham 100% de aproveitamento do curso. A atividade disponibiliza a inscrição individual dos módulos (assim como desconto especial para estudantes) a ser encontrada em nosso site.
Não é exigida formação por parte do participante. O curso emite certificado após a participação de, no mínimo, 18 módulos.

COORDENAÇÃO
Dra. Maria Holthausen
Psicanalista, Historiadora, Doutora em Literatura.