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Oficinas Clínico-Literárias para discussão de casos clínicos (2o ciclo)

O preço original era: R$200,00.O preço atual é: R$100,00.

(valor para todos os quatro encontros)

A partir de textos escritos previamente pelos participantes da oficina — a respeito de suas próprias análises, ou de casos clínicos tomados de seus próprios pacientes, analisandos, consulentes ou da literatura universal — e  que serão compartilhados anonimamente nos encontros por meio de uma logística específica para esse fim e que preserva a confidencialidade dos autores, o objetivo da atividade é discutir o sentido ético da escuta e dos procedimentos da clínica psicanalítica.

 

DATAS E TEMAS

28 de agosto de 2021 – Narrativas sobre o Inconsciente: da inscrição a narratologia.

18 de setembro de 2021 – Narrativas sobre a Transferência: os circuitos dos afetos na Clínica Psicanalítica.

16 de Outubro de 2021 – Narrativas sobre a Repetição: “Só há causa daquilo que manca”.

13 de Novembro de 2021 – Narrativas sobre a Pulsão: o que não tem nome nem nunca terá.

 

FORMATO

Encontros online mensais de 4 horas cada, sempre aos sábados pela manhã.

 

HORÁRIO

Das 9h às 13h.

 

PÚBLICO

Psicanalistas, Psicólogos, Psiquiatras, Terapeutas e Psicoterapeutas, Naturólogos, Filósofos e estudantes em geral.

 

LOCAL

Grupo Online

Sala criada no Zoom (programa para conferência).

Link para download gratuito do software: https://zoom.us/

Fora de estoque

Descrição

Oficinas Clínico-Literárias para discussão de casos clínicos (2o ciclo)

 

APRESENTAÇÃO

A partir de textos escritos previamente pelos participantes da oficina – a respeito de suas próprias análises, ou de casos clínicos tomados de seus próprios pacientes, analisandos, consulentes ou da literatura universal – e  que serão compartilhados anonimamente nos encontros por meio de uma logística específica para esse fim e que preserva a confidencialidade dos autores, o objetivo da atividade é discutir o sentido ético da escuta e dos procedimentos da clínica psicanalítica.

 

OBJETIVO

A cada oficina, as/os participantes estarão habilitados a estabelecerem:

– A produção de um texto anônimo, ficcional ou casuístico, versando sobre questões clínicas colhidas de suas análises ou terapias pessoais, das narrativas de suas/seus eventuais pacientes/consulentes/analisandos devidamente não identificadas/os, bem como da literatura universal por quem se sentirem interrogadas(os); 

– A discussão das diferentes produções clínico-literárias produzidas pelos membros do grupo a partir de parâmetros éticos inspirados na tradição de procedimentos de escuta desenvolvidos na psicanálise de acepção freudiano-lacaniana;

– A discussão do sentido ético e metodológico das estratégias e procedimentos de escuta desenvolvidas na tradição psicanalítica de acepção freudiano-lacaniana.

 

CRONOGRAMA

Primeiro Encontro – 28 de agosto de 2021.

Narrativas sobre o Inconsciente: da inscrição a narratologia.

Desde Freud, a psicanálise sempre depositou nos poetas e romancista, o poder de anunciar os “segredos da alma” desconhecidos do comum dos mortais. Na introdução de seu texto sobre a Gradiva, Freud  reconhece que “os escritores são aliados valiosos e seu testemunho deve ser altamente considerado, pois sabem numerosas coisas do céu e da terra, com as quais nem sonha a nossa filosofia. No conhecimento da alma eles se acham muito à frente de nós, homens cotidianos, pois recorrem a fontes que ainda não tornamos acessíveis à ciência”. Essa interface entre psicanálise e literatura ladrilhou todo o percurso do trabalho teórico de Freud e Lacan. Pois, se Freud, em 1907, reencontra o inconsciente nas personagens da Gradiva de Jensen.  Lacan faz de sua leitura do conto A Carta Roubada, de Edgar Allan Poe, o texto inicial de seus Escritos e a ilustração incontestável do automatismo da repetição. Ambos ocuparam-se da literatura e, nos ensinaram a importância de continuar a trabalhar dentro dessa interface.

Bibliografia:

FREUD, S., Obras Completas, O delírio e os Sonhos na Gradiva de W. Jensen – 1907, vol.8, tradução Paulo César de Souza, São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LACAN, Jacques, Os Escritos, O Seminário sobre “A Carta roubada”, tradução Vera Ribeiro, – Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

 

Segundo Encontro – 18 de setembro de 2021.

Narrativas sobre a Transferência: os circuitos dos afetos na Clínica Psicanalítica.

No Seminário de 1964, Lacan coloca a transferência entre os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, definindo-a como a encenação, através da experiência analítica, da realidade do inconsciente. Dentro desta perspectiva, ao ligar a transferência à pulsão, retira a transferência do domínio exclusivamente imaginário ao qual ela foi colocada desde Freud. Neste momento, para Lacan, o amor transferencial está no campo da tapeação. “… se há domínio em que, no discurso, a tapeação tem em algum lugar chance de ter sucesso, é certamente no amor que encontramos seu modelo. Que maneira melhor de se garantir, sobre o ponto em que nos enganamos, do que persuadir o outro da verdade do que lhe adiantamos! Não está aí uma estrutura fundamental da dimensão do amor que a transferência nos dá ocasião de imajar? Ao persuadir o outro de que ele tem o que nos pode completar, nós nos garantimos de poder continuar a desconhecer precisamente aquilo que nos falta.” (Lacan, 1964) 

Bibliografia:

LACAN, Jacques, Seminário – livro 11, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, tradução de M.D. Magno, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

FREUD, Sigmund, Obras Incompletas de Sigmund Freud, Sobre a Dinâmica da Transferência – 1912, tradução Claudia Dornbusch, Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017

 

Terceiro Encontro – 16 de Outubro de 2021.

Narrativas sobre a Repetição: “Só há causa daquilo que manca”.

Desde o texto “Recordar, repetir e elaborar”, a repetição é um conceito basilar da teoria e clínica psicanalítica. Lacan, ao situar a repetição como um dos conceitos fundamentais da psicanálise em seu seminário de 1964, foi sensível ao vínculo postulado por Freud entre a repetição e o inconsciente. Para o psicanalista francês, a repetição inconsciente nunca é uma repetição no sentido habitual de reprodução do idêntico: “a repetição é o movimento, ou melhor dizendo, a pulsação que subjaz à busca de um objeto, de uma coisa (das Ding) sempre situada além desta ou daquela coisa particular e, por isso mesmo, impossível de atingir”. Falar de repetição é falar de um conceito em que se cruzam vários outros conceitos psicanalíticos e lugar de passagem obrigatória das reflexões sobre a clínica. 

Bibliografia:

FREUD, Sigmund, Obras Completas, “Recordar, Repetir e Elaborar” – 1914, tradução geral de Jayme Salomão, Vol.XII, Rio de Janeiro: Imago, 1980.

LACAN, Jacques, Seminário – livro XI, Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise, tradução M.D. Magno, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda., 1988.

 

Quarto Encontro – 13 de Novembro de 2021.

Narrativas sobre a Pulsão: o que não tem nome nem nunca terá. 

Conforme tão bem enuncia Garcia-Roza: “a psicanálise, desde o início, nos coloca no lugar da linguagem, e é por referência a este lugar que ela nos fala, mesmo quando está se referindo aos corpos e ao mundo dos objetos. Referida à linguagem, a pulsão ocupa o lugar de silêncio. Refere-se ao corpo, mas não é corpo; está além da linguagem, mas a pressupõe.” Com Lacan aprendemos que a fala guarda o silêncio, e o silêncio tem afinidade com o gozo. Ocorre um desfalecimento da fala diante do gozo, como podemos observar tantas vezes em nossa prática clínica. 

Bibliografia:

FREUD, Sigmund, Obras Incompletas de Sigmund Freud – As Pulsões e seus Destinos, tradução Pedro Heliodoro Tavares, Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

LACAN, Jacques, Seminário – Livro 11, Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise, tradução M.D. Magno, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda., 1988.

 

COORDENAÇÃO 

Profa. Dra. Maria Holthausen

Doutora em Literatura UFSC – Psicanalista.

Grupo de Estudos em Arte Filosofia e Psicanálise.

http://psicanaliselacaniana.blogspot.com/